04 dezembro 2012

O Tempo Ruge e Morde


“Hoje, o tempo ruge e morde”, uma brincadeira com a velha máxima “O tempo urge”... e é exatamente isto que está acontecendo, o tempo está mordendo todo mundo.

Hoje, 4 de dezembro de 2012, faz um ano que me tornei blogueiro (acho que ainda não né?). Sinceramente, quer rir um pouquinho, um tiquitin (no bão mineirês), dá uma lidinha na primeira postagem.

Leitora, ladies first always e leitor, aqui “tentei” tratar os assuntos que mais gosto. Chicos (Buarque e Bento), Drummond e postei muitas reportagens que produzi na Educativa 97,5 FM e, o objetivo é continuar, é continuar tentando e é por isto que decidi postar o vídeo abaixo.

Vi em um jornal matutino da Record (isto mesmo, a emissora que todo mundo detona e todo mundo assiste) e fiquei impressionado, tanto pelo vídeo (não é montagem, mas se for, o cara é fera) quanto pelo pouquíssimo sucesso que ele fez.


P.STotalmente necessário esta nota pé (me senti um escritor de verdade agora): agradeço do fundo do meu coração a Daniela Milagres, minha webdesigner, minha editora (foi ela que lembrou do aniversário) e minha alma. Tiamu.


30 outubro 2012

Alguns anos vivi em Itabira...


110 anos. Nesta quarta, dia 31 de outubro.

Aqui, duas homenagens em 1.
Milton, 70 anos e 50 de presente pra gente.
Drummond, Drummond e Drummond

Canção Amiga - Poema de Drummond musicado e cantado por Milton
Canção amiga

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que falem como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
E saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

18 outubro 2012

ZIIIIIIIIIIIIIMMMMMTCHAAAA!!!!


Olá, exato, tô postando sobre novela e é sobre a novela global (argh!!!) Avenida Brasil.
Publico um texto do Arnaldo Jabor (aposto que você acabou de fazer “argh”) e vou explicar: Gostei do texto. Tem interessantes observações. Vale a pena mesmo.

O texto é grande e ninguém tem tempo hoje. Se quiser, dá pra ouvir.
Gente, sei que o Arnaldo é chaaaaaaaaaaaaatuuuuuuu, mas eu também sou....então. E tem algumas coisinhas legais.

Ganhei o livro Amor É Prosa, Sexo É Poesia e ri demais. Várias crônicas ótimas. Leia também.

Valeu e Abraços.
                                            Sobre a Avenida Brasil by Avenida brasil on Grooveshark
Avenida Brasil está acabando...

Que saudades vou ter do Leleco, do Tufão, das peruas do subúrbio, gritadeiras e barraqueiras, que saudades da dupla de atrizes geniais apaixonadas pelo ódio, Carminha e Rita (não esqueço dos rugidos de fera de Adriana Esteves, desde o dia em que ela ‘comeu’ literalmente o Tufão pela primeira vez, como se fosse um bicho devorando-o com a boca), da Ivana, da grande Zezé e Janaina e principalmente do Max, o nosso Maxwell, o famoso malandro-agulha, finalmente retratado na TV ('malandro-agulha', sabe-o Joaquim F. dos Santos, é aquele que "toma no buraco, mas não perde a linha...").

Essa novela é um buraco novo na teledramaturgia. Partiram para fazer uma novela ‘para’ a classe C e tudo acabou virando uma novela da classe C para o País todo. Não é uma trama feita ‘para’ o subúrbio; é o subúrbio e seus personagens que fizeram a novela, criando uma espécie de realismo crítico em que os heróis não são mais comandados pela ideologia dos autores, como objetos de um folhetim ‘social’, como fazia a velha ‘arte engajada’. A chamada arte social de filmes e livros tratava de excluídos ou de suburbanos como um conceito geral e sua intenção era ‘conscientizá-los’ sobre sua ‘alienação’, como os autores decidiam. Aqui, não. O subúrbio finalmente apareceu na TV, sem folclore e sem ideologias. Eu fui criado no Rocha, na antiga rua Guimarães, atual Alm. Ary Parreiras e sei do que falo. Claro que não é só aquela ilha de solidariedade que a novela mostra, mas tem, sim, um clima brasileiro vivo, uma doçura na precariedade de seus moradores que não há na zona sul. Aqui, os heróis são sujeitos da ação. E o resultado foi incrível, porque descobrimos maravilhados que o universo C é muito mais rico em revelações de comportamento sobre a vida brasileira do que a mortiça ZS, sem vizinhos, sem fofocas. Nelson Rodrigues dizia que "a novela mata nossa fome por mentiras", mas essa novela matou nossa fome de verdades.

Avenida Brasil parte do melodrama, claro. Ou melhor, de uma rede de melodramas interligados como uma grande paródia do próprio melodrama, uma paródia dessa tradição desprezada, mas tão rica na história do teatro. Ao final do século 19, as novas propostas estéticas que surgiam, entre elas o naturalismo, acabaram negando muitas das formas superutilizadas do melodrama, que foram consideradas antinaturais. Isso disseminou um valor negativo a tudo que fosse considerado melodramático, que se tornou sinônimo de interpretações e enredos exagerados, antinaturais. Aliás, a música comentário que sublinha dramaticamente a ação, muito usada nos melodramas, foi muito bem utilizada nessa novela, indo de momentos bregas a homenagens a Bernard Herman e até a acordes minimalistas.

Em geral, as novelas têm um núcleo principal cercado de coadjuvantes por todo lado; essa, não. Todos são importantes, todos têm uma psicologia original compondo um vasto painel de personalidades; não há tipos – todos são personagens. Por exemplo, o Adauto, que começou como um bobão lateral, acabou crescendo para um cara com ecos até ‘shakespearianos’ do bufão ou do louco que comenta a ação dos principais, assim como as empregadas também cumprem o papel de ironizar o que vai acontecendo na trama central.

Outra coisa legal no Avenida Brasil é que a narrativa, o 'raconto', não é pré-fabricada desde o início. Deu-me a impressão de que os acontecimentos dramáticos iam puxando outros, como se João Emanuel gostasse de se meter em encrencas insolúveis para depois resolvê-las. Isso gerou também um clima solto e improvisado, cheio de ‘cacos’ em que atores como Marcos Caruso, Eliane Giardini e José de Abreu se esbaldaram, criando em muitos momentos um ambiente de ‘cinema verdade’, com todo mundo falando ao mesmo tempo, sem a alternância antiga da pergunta e resposta.

Esse tipo de estrutura é semelhante aos recentes seriados americanos que estão criando uma nova forma de arte, diferentemente dos filmes que estão até meio arcaicos ou recorrendo a truques visuais, 3D, porrada, historinhas para idiotas.

Um filme almeja sempre um sentido final, uma conclusão qualquer, em duas ou três horas. Um seriado ou uma novela como essa participam de uma nova forma de arte dramática: a vida real em sua casa, acessível imediatamente como o Facebook ou um Instagram – a cara do nosso tempo, sem finais claros, sem tendências fechadas, sem conclusões.

Durante meses ou anos (Sopranos, Lost, Mad Men), a gente se afeiçoa às personagens, como se vivêssemos lá dentro, como se fôssemos parte da família. A direção de Amora Mautner, José Villamarin e seus codiretores é excepcional porque, com uma trama tão rica, que mistura desde a chanchada até momentos trágicos, eles puderam usar recursos de cinema e fotografia que vão de filmes de suspense até ecos de Tarantino.

Esta produção da TV coloca ‘lixão’ de um lado e zona sul do outro, mas nunca faz denúncias sociais ou mostra contradições de um maniqueísmo fácil. E justamente essa recusa ou ausência de ‘mensagens’ torna a obra extremamente, não direi 'política', mas enriquecedora do imaginário brasileiro, incluindo conceitos e comportamentos esquecidos ou ignorados pela dramaturgia nacional. Merece um sério estudo antropológico que a antropóloga Ivana podia fazer...

Esta novela é parte importante da cultura brasileira atual, para longe dos esnobismos estetizantes. Vejo que aqui e no mundo audiovisual nasce uma nova arte de massas, um barroquismo digital e pós pós que não busca mais a realização de um sentido, mas uma convivência entre ficção e realidade. Há vários anos a gente analisava a ‘importância’ de uma obra de arte, para além de sua aura poética. Buscávamos alguma coisa que ajudasse a ‘mudar’ contradições e desse mais harmonia e sentido para a vida social. E agora?

Bem, essa novela foi vista por cerca de 80 milhões de pessoas durante meses e isso a torna não apenas uma ficção sobre nós. Ela faz parte de nossa realidade.

01 outubro 2012

HEBE e HOBSBAWM, Pequena Homenagem


HEBE CAMARGO

Pasmem, mas eu já odiei Chico Buarque de Hollanda, Caetano Veloso, Roberto Carlos e, claro, a Hebe Camargo. Adolescente e ignorante, tudo por causa de preconceito. 
Não vou mentir e dizer que sou fã da Hebe, mas respeito e admiro sua história. Hebe é um verbete na história da TV. Ela carregou um dos primeiros televisores que chegaram no Brasil, junto com Assis Chateaubriand...e, além disto, recusou dar o primeiro beijo na TV brasileira e, para a minha alegria, ainda apresentou o programa abaixo que fala tudo.


HOBSBAWM 

Li a Era dos Extremos e gostaria de ler novamente. Um dos trechos que sempre lembro é que ele leu os jornais que anunciaram que um novo líder alemão tinha acabado de se tornar presidente, um Adolf Hitler. Gênio, que escreveu e viveu a história do século XX.
O historiador Eric Hobsbawm
Era dos extremos, Hobsbawm retratou, em contrapartida, o “curto século 20”, que vai da Primeira Guerra à queda do Muro de Berlim e à derrocada da União Soviética e dos países comunistas europeus. Seus livros, mesmo marcados pela metodologia marxista, não se limitavam ao enfoque político-econômico, tendo sempre grande sensibilidade para as questões culturais. Saiba mais
Lições
Em uma conferência realizada em agosto de 1995 no Masp, o pensador apresentou as suas três lições aos jovens historiadores que investigam fatos do passado: 
Devem procurar saber algo do acontecido antes de mergulhar nos arquivos; devem saber que a memória dos protagonistas falhará sobre os pontos isolados da História; e devem reconhecer a inutilidade de tentar mudar as ideias e os ideais dos participantes dos acontecimentos.

A última vez que Hobsbawm esteve no Brasil foi em 2003, para participar da Flip, em Paraty.


05 setembro 2012

Tua gota de Bílis

Você já escreveu?
E poesia?
Cá entre nós, talvez pelas bombas hormonais que todos adolescentes passam, é um período que todos temos um pouco de poeta, músico, letrista.
Fato é que escrever é ótimo pra todos, mas é também pra poucos. Resumo tudo nas palavras do chamado Poeta Maior, o itabirano Drummond.

Procura da Poesia by Carlos Drummond de Andrade on Grooveshark

Apesar de todas as orientações do mestre, muitos o desafiam, como meu amigo, morador de Congonhas, Geraldo de Freitas, conhecido como Geraldo Casquinha. Inteligente, culto e perspicaz. Sinceramente, prefiro falar que não entendo nada de poesias, mas acho que sei “sentir” a poesia. Isto que importa.

 CANAÃ

Eu nem cheguei a escancarar a porta
Já pressentia que se aqui entrasse
Eu não seria mais dono de mim.


Então, olhei na fresta o seu sorriso
Os rosto claro como o paraíso
Se ele existe deve ser assim


Apalermado, mesmo temeroso
Eu te olhei, mas com todo cuidado
pra que não vissse meu encantamento.


Como se fosse a terra prometida
Fechei a porta, escancarei a vida
Pra esse poço cheio de tormento.

Poesia de Geraldo Casquinha by Marilson Ottoni on Grooveshark 
Ouça o Papo de Redação com a poesia de Geraldo de Freitas

05 agosto 2012

Vivaaaaa! Chico e Caetano estão no Viva

Dois mestres da Música Popular Brasileira, Chico Buarque e Caetano Veloso estão juntos no VIVA a partir do dia 04 de agosto. No palco do especial “Chico e Caetano”, eles apresentam suas canções e também promovem um encontro de músicos nacionais e internacionais. A atração é uma homenagem do VIVA aos 70 anos de Caetano Veloso, comemorado no dia sete de agosto. O musical será exibido nos quatro sábados do mês, à 0h, com reapresentação nos domingos, às 19h.

Trechos do primeiro programa que também será reprisado neste sábado, dia 4

Com roteiro elaborado por Nelson Motta, direção de Roberto Talma e apresentação de Chico Buarque de Hollanda e Caetano Veloso, o programa é um encontro entre amigos e recebe representantes de diversos estilos musicais. Entre os artistas convidados estão Cazuza, Elza Soares, Elizeth Cardoso, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Legião Urbana, Rita Lee, Maria Bethânia, João Bosco, Os Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola e os estrangeiros Astor Piazzola, Mercedes Sosa, Pablo Milanés e Silvio Rodriguez. Exibido originalmente em 1986, “Chico e Caetano” era gravado no extinto Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, e foi ao ar entre os meses de abril e dezembro daquele ano.

No primeiro programa, os anfitriões abrem o musical com as canções “Cotidiano” e “Você Não Entende Nada”. O primeiro convidado é Luiz Caldas, seguido por Rita Lee e Maria Bethânia, que cantam juntas a música “Baila Comigo” e promovem um dos momentos mais emocionantes do show. As canções “Milagre do Povo”, “Visão do Cíclope”, “Dedicatória”, “Luzes da Cidade”, “Último Blues”, “Samba do Grande Amor” e “Brejo da Luz” completam a noite. “Chico e Caetano” será exibido na faixa do musical Som Brasil, que volta ao VIVA após o mês de agosto.
Dentro dessa homenagem do Canal Viva ficam de fora, infelizmente, os quatro últimos programas da série. Neles estão nomes como Elizeth Cardoso, Baden Powell, João Bosco, Mercedes Sosa, Pablo Milanés, Gal Costa, entre outros.

Vejam as fotos do especial CHICO & CAETANO aqui.

18 julho 2012

Me emocionou

Li este texto na revista Ecológico edição de junho (www.revistaecologico.com.br ). Belas palavras para uma pessoa vivendo um momento horrendo, tenebroso... me emocionou.

Abaixo, o texto publicado na revista:

A imprensa mineira acompanhou o assassinato recente da jovem estudante Bárbara Neves, de 22 anos, morta brutalmente em um assalto em BH. Ela era filha do economista e professor associado da Fundação Dom Cabral Gustavo Neves que, em meio a tanta dor, conseguiu postar na internet um grito de alerta contra a escalada e repercussão da violência em todo o país. A ECOLÓGICO o ouviu.
Ouça-o também:
“Que País é esse? Perdi minha filha Bárbara, da pior maneira possível: assassinada fria e covardemente! Uma menina maravilhosa: linda, cheia de vida e de planos para uma vida que apenas começava. A dor é enorme. Ela foi vítima do que podemos chamar de “Momento Brasil”. Um país onde a corrupção, a falcatrua e a impunidade convivem harmoniosamente. Ministros envolvidos com o crime organizado, políticos que nem merecem comentários. Uma crise de caráter generalizada. Neste momento em que escrevo ainda estão atrás dos assassinos. Como cidadão, espero que a justiça seja feita. Como pai, encontrá-los não fará a menor diferença. Do fundo do meu coração, o único sentimento que tenho é de compaixão. Uma pessoa em sã consciência não atira na cabeça de uma menina indefesa. Perturbação mental? Drogas? Educação? Este não é o caso, não é o que deve ser avaliado. Minha filha foi assassinada por alguém que, de certa forma, é, também, uma vítima. Convivi nesse dias com situações até então inusitadas na minha vida. Convivi com alguns tipos de imprensa indiferentes à honestidade dos fatos, com interesse exclusivamente sensacionalista. Vi um profissional da polícia, pago para defender e zelar pela ordem pública, criando factoides e fazendo declarações levianas. Acusou meu genro, um rapaz inocente, de “ter passagem pela polícia por motivos de droga”. Difamou seu nome. E a imprensa, claro, explorou para aumentar sua audiência. Quem ficará responsável por reparar este dano ao jovem e sua família? Quando a gente vê notícias e tragédias deste tipo nos jornais, ficamos indignados, mas achamos que nunca acontecerão conosco. Eu nunca imaginei passar por isto. Mas aconteceu. Aconteceu comigo, com minha amada filha. Pode acontecer com você. Precisamos dar um basta. Não estou querendo levantar a bandeira da moralidade,  tampouco aproveitar a situação para virar mártir, explorando a minha dor. Este texto é um desabafo e uma súplica. Precisamos ter compaixão. Precisamos despertar a consciência coletiva para construirmos um país melhor. Antes que tenhamos destruído nossa moralidade e o censo de vida em sociedade.”

28 junho 2012

E me fala de coisas bonitas... amizade, palavra...

E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal 

Mineiro que é mineiro, de um jeito ou de outro, conhece os versos acima, um clássico do mestre Bituca, perdão, Milton Nascimento, o eterno parceiro e fã (isto mesmo, fã) do grupo teatral barbacenense e intergaláctico Ponto de Partida
A deliciosa poesia de Bola de Meia, Bola de Gude, foi um dos clássicos da música popular brasileira apresentados na última terça-feira, dia 26, no Cine Teatro Leon, no espetáculo “Travessia”, dentro do projeto Expedições. Em pouco mais de 1 hora (uma pena ser tão curto), atrizes cantoras e atores cantores fizeram uma “travessia” (perdoe o trocadilho) emocionante, unindo coreografia com plena harmonia. 

Agradecido. 

No mais, curta um papo com a produtora Fatinha Jorge e algumas cenas.

TRAVESSIA - Ponto de Partida by Marilson Ottoni on Grooveshark


19 junho 2012

Viva Chico Buarque de Hollanda

Olá leitor, agradecido por prestigiar esta homenagem ao mestre (que ele não leia que o chamei assim).
Aqui, apenas uma pequenina homenagem pelos 68 anos, nesta terça-feira, dia 19. Viva Chico Buarque de Hollanda.

Resolvi unir o agradável ao muito agradável (Chico e Drummond). 

Notas sobre A banda
Por Carlos Drummond de Andrade
O jeito, no momento, é ver a banda passar, cantando coisas de amor. Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente. Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando.
A ordem, meus manos e desconhecidos meus, é abrir a janela, abrir não, escancará-la, é subir ao terraço como fez o velho que era fraco mas subiu assim mesmo, é correr à rua no rastro da meninada, e ver e ouvir a banda que passa. Viva a música, viva o sopro de amor que a música e banda vem trazendo, Chico Buarque de Hollanda à frente, e que restaura em nós hipotecados palácios em ruínas, jardins pisoteados, cisternas secas, compensando-nos da confiança perdida nos homens e suas promessas, da perda dos sonhos que o desamor puiu e fixou, e que são agora como o paletó roído de traça, a pele escarificada de onde fugiu a beleza, o pó no ar, na falta de ar.

A felicidade geral com que foi recebida essa banda tão simples, tão brasileira e tão antiga na sua tradição lírica, que um rapaz de pouco mais de vinte anos botou na rua, alvoroçando novos e velhos, dá bem a idéia de como andávamos precisando de amor. Pois a banda não vem entoando marchas militares, dobrados de guerra. Não convida a matar o inimigo, ela não tem inimigos, nem a festejar com uma pirâmide de camélias e discursos as conquistas da violência. Esta banda é de amor, prefere rasgar corações, na receita do sábio maestro Anacleto Medeiros, fazendo penetrar neles o fogo que arde sem se ver, o contentamento descontente, a dor que desatina sem doer, abrindo a ferida que dói e não se sente, como explicou um velho e imortal especialista português nessas matérias cordiais.

Meu partido está tomado. Não da ARENA nem do MDB, sou desse partido congregacional e superior às classificações de emergência, que encontra na banda o remédio, a angra, o roteiro, a solução. Ele não obedece a cálculos da conveniência momentânea, não admite cassações nem acomodações para evitá-las, e principalmente não é um partido, mas o desejo, a vontade de compreender pelo amor, e de amar pela compreensão.

Se uma banda sozinha faz a cidade toda se enfeitar e provoca até o aparecimento da lua cheia no céu confuso e soturno, crivado de signos ameaçadores, é porque há uma beleza generosa e solidária na banda, há uma indicação clara para todos os que têm responsabilidade de mandar e os que são mandados, os que estão contando dinheiro e os que não o têm para contar e muito menos para gastar, os espertos e os zangados, os vingadores e os ressentidos, os ambiciosos e todos, mas todos os etcéteras que eu poderia alinhar aqui se dispusesse da página inteira. Coisas de amor são finezas que se oferecem a qualquer um que saiba cultivá-las, distribuí-las, começando por querer que elas floresçam. E não se limitam ao jardinzinho particular de afetos que cobre a área de nossa vida particular: abrange terreno infinito, nas relações humanas, no país como entidade social carente de amor, no universo-mundo onde a voz do Papa soa como uma trompa longínqua, chamando o velho fraco, a mocinha feia, o homem sério, o faroleiro... todos que viram a banda passar, e por uns minutos se sentiram melhores. E se o que era doce acabou, depois que a banda passou, que venha outra banda, Chico, e que nunca uma banda como essa deixe de musicalizar a alma da gente.
Carlos Drummond de Andrade Correio da Manhã, 14/10/66

06 junho 2012

Dia do Meio Ambiente é todo dia!

A montanha pulverizada

Chego à sacada e vejo a minha serra,
a serra de meu pai e meu avô,
de todos os Andrades que passaram
e passarão, a serra que não passa.

Era coisa dos índios e a tomamos
para enfeitar e presidir a vida
neste vale soturno onde a riqueza
maior é a sua vista a contemplá-la.

De longe nos revela o perfil grave.
A cada volta de caminho aponta
uma forma de ser, em ferro, eterna,
e sopra eternidade na fluência.

Esta manhã acordo e
não a encontro.
Britada em bilhões de lascas
deslizando em correia transportadora
entupindo 150 vagões
no trem-monstro de 5 locomotivas
- trem maior do mundo, tomem nota -
foge minha serra, vai
deixando no meu corpo a paisagem

"E Itabira é apenas uma fotografia na parede, mas como dói”, aí já é um verso do Confidência de um Itabirano, um poema mais conhecido, mas fiz questão de publicar A Montanha Pulverizada porque realmente mostra que Drummond, que escreveu este poema em 1933 já previa as consequências da má exploração dos recursos naturais e sua preocupação com o Meio Ambiente. A Vale, ou melhor, a CVRD foi inaugurada no dia 1 de junho de 1942, exatamente, completou 70 anos, o Confidência ele escreveu na mesma época e já entendendo o que significava àquela operação minerária.

Temos que nos preocupar com o desenvolvimento sustentável, ou seja, tem que ter mineração, mas de outro jeito.

Esta introdução é para apresentar um programa educacional da Polícia Militar (Programa Educacional Meio Ambiente em Movimento - PROEMAM) que eu e a rádio Educativa 97,5 FM (tem jeito de ouvir por aqui  tá?) apoiamos.

Acesse o blog do PROEMAM: http://migre.me/9neBY
Comandante do 4 Pel MAT, 2º Ten Carriere durante a entrevista na Rádio Educativa
Ouça uma das matérias que fala do Proemam, mas também da atuação da Polícia Ambiental (poucos sabem):
PROEMAN e Meio Ambiente by Marilson Ottoni on Grooveshark

24 maio 2012

Veta Dirrrrrrrma!!!!

Após a tosca (gosto desta palavra) aprovação por nosso legisladores, agora a bomba (bomba mesmo) está nas mãos da presidente. A situação é tão séria que a campanha #VetaDilma está nas redes sociais e o mestre Maurício de Souza também entrou na campanha, convocando o grande ecologista brasileiro, ou melhor ainda que ecologista, o matuto Chico Bento.
O veto ao código florestal também foi matéria na Educativa 97,5 FM, ouça:
Veta Dirrrma!!! by Marilson Ottoni on Grooveshark

São vários vídeos na campanha para o veto, abaixo um dos melhores:

03 maio 2012

FUSCÃO PRETOOOOOOOOO!!!!


Bem, o título diz tudo e nada...entendeu? Não?

Tudo porque quando fala fusca e música (perdoe minha ignorância musical), mas lembro do Almir Rogério. Lembro que tinha 6 anos e gravando no gravadorzão a música que eu sabia de cor (super difícil né???) e nada porque imagino que os fusqueiros ou entusiastas dos antigos e saudosos Volkswagens (Fuscas, Brasílias e Kombis), não lembram muito desta, hoje, clássica música quando pegam a estrada....e por falar em estrada...esta introdução é pra destacar o 7º Bora, encontro destes tarados (com todo o respeito) realizados em locais turísticos de Minas Gerais.

Tudo é interessante: começando pelas pérolas, alguns tentando resgatar o original e outros veículos parecem que se transformam em espaçonaves intergaláticas, a famosa "tunada" no veículo. A união da turma é impressionante.
Este Bora aqui registrado foi no último feriadão, primeiro de maio, a turma saindo de BH, entre 12 e 15 fuscas e uma Kombi (fui nela, foi ótimo), no sábado, dia 28 e voltando no dia primeiro. O destina Serra da Canastra, nascente do Velho Chico, paraíso. Vale a visita e pousar em Vargem Bonita, primeira cidade banhada pelo São Francisco de Minas Gerais (tava na placa).

E tem mais, isto que é bom. Vambora????

Ouça a matéria que produzi sobre o 7º Bora, que foi ao ar na quarta-feira, dia 02 de Maio de 2012

Equipe Bora no Papo de Redação da Rádio Educativa FM 97,5 - Congonhas - MG by Marilson Ottoni on Grooveshark
Foto Oficial dos Participantes do 7º Bora?!
E para finalizar com chave de ouro, o clipe oficial da música FUSCÃO PRETO, com Almir Rogério e nada mais nada menos que Xuxa Meneghel, vale a pena!!! Uma raridade!

Saiba mais sobre a Equipe Bora no site Oficial: www.equipebora.com.br

20 abril 2012

Quando os Olhares se Cruzam ou O Manual do Amor

Dona Lili, uma alemã que os mais antigos de Congonhas conheceram, era nossa fregresa e adorava a Odete. Com seu sotaque germânico, ela pergunta à Odete: “por que não põe padaria lugar seu?”. Odete com toda delicadeza disse sorrindo: “Não temos condições, dona lili. A família é muito grande e a renda é a conta da despesa. Não podemos comprar um terreno, por enqquanto vamos lutando assim mesmo”. Ela: “Oh, Odete, não fala isso! Sua família muito bonita. Gosta muito seus filhos. Vou dar vocês e seus filhos terreno para pôr padaria sua. Manda Joaquim cercar entre correio e minha casa. Aquele terreno é pra você pôr padaria sua. Manda passar escitura em nome dos seus filhos. Eles são os netos que não tive”. (...).

Você leu um pequeno e engraçadíssimo trecho do livro "Quando os Olhares se Cruzam". O autor, Seu Joaquim, com seus 88 anos e destes 60 ao lado da única paixão, da única mulher. Li em questão de horas e convoco você a fazer o mesmo, ler estas páginas que mostram o que é uma vida bem vivida. Simples e bem vivida.

Lançamento em janeiro com uma bela festa e contação da história
Dona Odete e Seu Joaquim...precisa escrever mais?

Vai comprar o livro né? jcorfilho@gmail.com


27 março 2012

Um livro-postal em Congonhas e de Congonhas

Congonhas ganha mais uma obra de arte.
Foi lançado o livro "Imaginário e Iluminuras: Memória e Desenho de um Povo", da artista plástica e escritora congonhense Juliana Freitas.


Ouça a entrevista com a escritora:
Podcast - Livro Imaginários e Iluminuras by Marilson Ottoni on Grooveshark 
Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
CAETANO VELOSO
Aqui são 3 postais entre os 50 com seus personagens
Compre o livro postal da escritora Juliana de Freitas pelo arte.jufreitas@yahoo.com.br

15 março 2012

Ainda no mês da Mulher

No mês da Mulher, produzi uma homenagem no Papo de Redação da Rádio Educativa FM onde trabalho ao som de Olhos nos Olhos de Chico Buarque na voz indefectível de Maria Bethânia.
Ouça, curta, comente!


28 fevereiro 2012

Para ninguém esquecer...

Cruz da ponte da Barra antes da Larissa subir nela. Foto: Valter Nascimento, janeiro de 2012.
Após manter-se por cerca de 200 anos intacta, uma das relíquias históricas de Ouro Preto, em Minas Gerais, não resistiu ao carnaval de 2012. Dois braços da cruz da Ponte da Barra – patrimônio histórico da cidade – foram destruídos por quatro folionas de São Paulo. O grupo acabou preso e uma das envolvidas – identificada pela Prefeitura de Ouro Preto como Larissa Almeida – teria assumido a autoria do dano. O Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), juntamente com o poder público municipal, vai entrar com uma ação civil publica para cobrar os gastos com a reparação.

Durante a passagem de um bloco no domingo de carnaval, as quatro amigas teriam se apoiado no monumento, que não resistiu e desabou no leito do córrego que passa embaixo da ponte. Avisados por pessoas que estavam próximas ao acidente, policiais militares foram ao local e prenderam o grupo em flagrante. Segundo a Prefeitura de Ouro Preto, Larissa Almeida pagou fiança e foi libertada junto das amigas.

Em nota divulgada no Twitter oficial do município, a prefeitura afirmou que “Larissa Silva Ferraz de Almeida deverá custear o restauro da cruz da Ponte da Barra por mestres canteiros de Ouro Preto”, e que “o crime e a punição podem ajudar a conscientizar jovens sobre os valores do patrimônio”. A prefeitura não poupou críticas às jovens: “irresponsabilidade, leviandade, falta de educação e de cultura levaram as quatro foliãs (sic) a danificar o patrimônio”, e terminha ressaltando que “o mau exemplo sirva de alerta a turistas e moradores”.
Peça do século XIX foi quebrada por turistas no domingo de carnaval (Foto: Eduardo Tropia/Ouropress)
Monumento sem proteção no carnaval

O Iphan informou que vai apoiar a prefeitura na ação contra as folionas. Ainda segundo o instituto, não há relatos de outros danos causados por excesso de público no patrimônio da cidade - tanto neste como em outros carnavais. Por dia, mais de 40 mil pessoas curtiram o carnaval em Ouro Preto. Para preservar o patrimônio, foi erguido um tapume ao redor da Ponte dos Contos, medida que, porém, não aconteceu na Ponte da Barra porque a prefeitura considerou o local “com menos movimento”.

A peça, talhada em pedra Itacolomi, não tem um valor mensurado, uma vez que envolve aspectos culturais. A ponte, além de ter tombamento federal desde 1950, fica num conjunto urbano tombado pelo Iphan desde 1938.

O reparo, porém, foi estimado em torno de R$ 3 mil. Apenas a base maciça se manteve no local. O material necessário para a reconstrução da pedra poderá ser encontrado na própria região, que conta ainda com mão de obra especializada para o restauro.

09 fevereiro 2012

Beijos no traseiro??? Leia e entenda

Impressionante, o gênio poderia ter parado. O último disco foi em 2007 e, após 5 anos, tem outro. Um antigo sonho do cavalheiro da Rainha (dá vergonha de lembrar disto, mas...) era gravar famosos jazz, mas o mágico são as 2 inéditas.
Only your heart, com uma gaita que você tem que ouvir pra depois saber que está tocando.
E também My Valentine (escrita, segundo o próprio músico, num Dia dos Namorados chuvoso no Marrocos, com sua mulher Nancy Shevell) e que tem a guitarra de Eric Clapton (tô todo arrepiado).

Clique aqui pra ouvir

Mais informações do Jornal da Tarde

Durante 50 minutos, Paul brinda o ouvinte com emocionadas interpretações para 14 canções como "Its Only a Paper Moon", "Always", "My Very Good Friend the Milkman" e "Bye Bye Blackbird".
O título do álbum, "Kisses On The Bottom", faz referência à letra da música "I''m Gonna Sit Right Down and Write Myself a Letter" (gravada por Frank Sinatra em 1954, no seu álbum "Swing Easy"). Nele, Paul, que não lançava um disco de estúdio desde "Memory Almost Full", de 2007, faz um trabalho singelo, despretensioso e que cumpre o que promete: homenagear os mestres do jazz que o influenciaram. De acordo com o músico, o trabalho foi a forma que ele encontrou para conciliar sua vocação musical com a vontade de descansar, conviver mais com a família e resgatar suas memórias. A sensação que se tem é a de estar ouvindo a trilha sonora de um filme de Woody Allen.

1. "I'm Gonna Sit Right Down and Write Myself a Letter" (Fred E. Ahlert/Joe Young)
2. "Home" (When Shadows Fall)
3. "It's Only a Paper Moon" (Harold Arlen/E. Y. Harburg/Billy Rose)
4. "More I Cannot Wish You"
5. "The Glory of Love" (Billy Hill)
6. "We Three" (My Echo, My Shadow and Me)
7. "Ac-Cent-Tchu-Ate the Positive" (Harold Arlen/Johnny Mercer)
8. "My Valentine" (Paul McCartney)
9. "Always" (Irving Berlin)
10. "My Very Good Friend the Milkman"
11. "Bye Bye Blackbird" (Ray Henderson/Mort Dixon)
12. "Get Yourself Another Fool"
13. "The Inch Worm"
14. "Only Our Hearts" (Paul McCartney)

VÍDEO OFICIAL DO LANÇAMENTO: Paul McCartney reverencia mestres do jazz em 'Kisses On The Bottom' - Novo disco do ex-Beatle traz releituras de clássicos da música norte-americana

31 janeiro 2012

Congonhas e Ouro Preto perderam, mas o Caraça ganhou


Santuário do Caraça, em Catas Altas, local histórico e com atrações naturais próximo de BH
Seis das sete maravilhas da Estrada Real são mineiras. As principais atrações do antigo caminho, aberto há mais de 300 anos pela coroa portuguesa em cidades de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, foram anunciadas segunda-feira, dia 30, depois de quatro meses de consulta popular. Com mais de 40 mil votos, foram eleitas como destaque do circuito as belezas de Cachoeira do Tabuleiro, em Conceição do Mato Dentro; Gruta da Lapinha, em Lagoa Santa; Praça Minas Gerais, em Mariana; Santuário do Caraça, em Catas Altas; Teatro Municipal, em Sabará; Parque Nacional da Serra do Cipó, que compreende Jaboticatubas, Itambé do Mato Dentro, Morro do Pilar e Santana do Riacho; e o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na cidade paulista de Aparecida.

O concurso foi organizado pelo Instituto Estrada Real (IER), ligado à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), com o objetivo de divulgar detalhes e belezas menos conhecidas do circuito.

"Vários turistas visitam os municípios, mas, às vezes, não se identificam com a Estrada Real. Por isso, fizemos uma difícil seleção prévia de 21 atrações de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo para chegarmos às sete maravilhas. Nossa intenção é mostrar que no caminho das 199 cidades da Estrada Real, com 80 mil quilômetros quadrados de área, há uma série de atrações naturais e culturais”, explica o diretor-geral do instituto, Baques Sanna.

Além das sete maravilhas eleitas na consulta popular, participaram do concurso, em Minas, as igrejas de São Francisco e do Pilar, em Ouro Preto; a Igreja Santo Antônio e a Maria Fumaça, em Tiradentes; a Basílica Bom Senhor do Matosinhos e os Passos da Paixão de Cristo, em Congonhas; o Caminho dos Escravos e o Mercado Velho, em Diamantina; a Fazenda da Pedra, em Santana dos Montes; o Parque Estadual do Ibitipoca, em Lima Duarte; o bicame de pedra, em Catas Altas; o Parque das Águas, em Caxambu; e a Pedra Pintada, em Barão de Cocais. No Rio de Janeiro, foram selecionadas para participar da eleição o Prédio do Museu Imperial, em Petrópolis; e o Sítio Histórico Ecológico do Caminho do Ouro, em Paraty.

Acesse institutoestradareal.com.br e conheça detalhes das atrações vitoriosas.

Informações Jornal Estado de Minas edição do dia 31 de janeiro de 2012

27 janeiro 2012

Ô TREM BÃO SÔ

Ilustração de Marcelo Lélis, no livro Cidades Ilustradas, 2005
A Estrada Real, principal caminho entre Minas e o mar, passa por 177 cidades em 1600 quilômetros e, até terça-feira, dia 31, você pode escolher as 7 maravilhas da Estrada Real entre 21 opções pelo institutoestradareal.com.br

Segundo o diretor-geral do IER, Baques Sanna, “a escolha das 7 maravilhas é uma estratégia para divulgar as belezas menos conhecidas do destino turístico e lembrar o turista das já inúmeras cidades históricas do trajeto”.

Entre as 21 opções, o internauta pode escolher a Basílica Bom Senhor do Matosinhos e os Passos da Paixão de Cristo, em Congonhas, a Igreja de Santo Antônio, em Tiradentes, a Fazenda da Pedra, em Santana dos Montes, o Santuário do Caraça e o Bicame de Pedra, as duas maravilhas em Catas Altas, próximo de Santa Bárbara e a praça Minas Gerais, em Mariana.

Abaixo, a lista completa:
  1. Basílica Bom Senhor do Matosinhos e os Passos da Paixão de Cristo, Congonhas
  2. Igreja São Francisco, Ouro Preto
  3. Igreja Santo Antônio, Tiradentes
  4. Igreja do Pilar, Ouro Preto
  5. Teatro de Sabará, Sabará
  6. Praça Minas Gerais ,Mariana
  7. Santuário do Caraça, Catas Altas
  8. Prédio do Museu Imperial, Petrópolis
  9. Caminho dos escravos, Diamantina
  10. Sítio Histórico Ecológico do Caminho do Ouro, Paraty
  11. Fazenda da Pedra, Santana dos Montes
  12. Parque Nacional da Serra do Cipó, Serra do Cipó
  13. Parque Estadual do Ibitipoca, Lima Duarte
  14. Maria Fumaça de Tiradentes
  15. Cachoeira do Tabuleiro, Distrito de Tabuleiro
  16. Bicame de Pedra, Catas Altas
  17. Santuário da Aparecida do Norte, Aparecida
  18. Parque das Águas de Caxambu, Caxambu
  19. Gruta da Lapinha, Lagoa Santa
  20. Mercado Velho, Diamantina
  21. E A Pedra Pintada, Barão de Cocais

17 janeiro 2012

E se Eduardo e Mônica fossem jornalistas?

Internauta, sou jornalista (novidade né???), e estou seguindo (or follow up) o tuíter do Dudu Rangel (blog Desilusões Perdidas), sensancional. Várias sacadas incríveis, como a abaixo. Uma brincadeira com a belíssima música da Legião Urbana (fã mesmo faz referência feminina), Eduardo e Mônica (pra mim uma das mais importantes).
Eduardo e Mônica (versão para jornalistas)

Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Quando se escolhe essa profissão?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu o livro, mas não quis nem estudar
As teorias que os mestres deram
Enquanto a Mônica tomava um esporro do editor
No fechamento, como eles disseram.

Eduardo e Mônica um dia se trombaram sem querer
A fumaça tava forte, foi difícil de se ver
Um carinha da facul do Eduardo que disse
“Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir”
Gente estranha, festa de jornalista
“Eu não tô legal, já fumei mais que devia”
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o mundinho que ele prometeu mudar
E o Eduardo, com larica, só pensava em ir pra casa
“A geladeira eu quero atacar”.

Eduardo e Mônica trocaram seus e-mails
Depois se escreveram e decidiram tuitar
O Eduardo sugeriu um call no Skype
Mas a Mônica queria ir pro Messenger teclar
Se encontraram ainda lá no tal de Orkut
A Mônica sem foto e o Eduardo sem cabelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina escrevia com um zelo.

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ele tinha ilusão, ela sabia economês
Ela falava de finanças, cedebês e inflação
E ele ainda maltratava o português
Ela gostava do Basile, do Furtado
Do Marx, do Stiglitz, do Yunus e Cournot
E o Eduardo era um puta Zé Ruela
E vivia dia e noite vendo site pornô.

Ela falava coisas sobre a função social
Também de lead e do pescoção
E o Eduardo ainda tava no esquema
Adorno, cerveja, truco e Enecom.

E mesmo com tudo diferente
Veio mesmo de repente
Uma vontade de se ver
Os dois sonhavam transar todo dia
Só que dela a rotina era bem de foder (er-er).

Eduardo e Mônica estudaram locução, assessoria
Web, fotografia, pro CV melhorar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre fontes, off e formas de apurar.

Ele aprendeu a escrever, pegou o gosto por ler
E decidiu estagiar (não!)
E ela até chorou na primeira vez
Que ouviu a voz dele ir pro ar
E os dois já trabalharam juntos
E cobriram pautas juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que a vida foi malucamente bela
Por ter juntado os dois.

Construíram os seus blogs uns seis meses atrás
Logo após que os passaralhos vieram
Batalharam frilas, mendigaram geral
Por muito pouco o fiofó não deram.

Eduardo e Mônica viraram assessores
Levantaram uma grana, já fizeram prestação...
Só que a vida dura não vai acabar
Porque na agência tem perrengue e a mesma ralação.

E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Quando se escolhe essa profissão?
E quem irá dizer
Que não existe razão? 


05 janeiro 2012

Após a tragédia das águas...vale a pena ler


Olá, volto aqui e agora pra reproduzir isto mesmo, texto publicado em inúmeros blogs e jornais do país, mas eu li no Estado de Minas, edição do dia 28 de dezembro, página 2, na página Opinião.
Inclusive, li no Papo de Redação da Rádio Educativa 97,5 FM de Congonhas, no dia 30 de dezembro de 2011. Depois posto o áudio.

Escritor, autor de ‘A arte de semear estrelas’

Rio - Finda o ano, inicia-se o novo. No íntimo, o propósito de “daqui pra frente, tudo vai ser diferente”... Começar de novo. Será?

Atribui-se a Gandhi esta lista dos Sete Pecados Sociais:
1) Prazeres sem escrúpulos;
2) Riqueza sem trabalho;
3) Comércio sem moral;
4) Conhecimento sem sabedoria;
5) Ciência sem humanismo;
6) Política sem idealismo;
7) Religião sem amor.
E agora, José? No mundo em que vivemos, quanta esbórnia, corrupção, nepotismo, ciência e tecnologia para fins bélicos, práticas religiosas fundamentalistas, arrogantes e extorsivas!
Os ídolos atuais, que pautam o comportamento coletivo, quase nada têm do altruísmo dos mestres espirituais, dos revolucionários sociais, do humanismo de cientistas como os dois Albert, o Einstein e o Schweitzer. Hoje, predominam as celebridades do cinema e da TV, as cantoras exóticas, os desportistas biliardários.

Uma parcela da juventude se afunda nas drogas, na busca virtual de um ‘esplendor’ que a realidade não lhe oferece. São crianças e jovens deseducados para a solidariedade, a compaixão, o respeito aos pobres. Uma geração desprovida de utopia e sonhos libertários.
A australiana Bronnie Ware trabalhou com doentes terminais. A partir do que viu e ouviu, elencou os cinco principais arrependimentos de pessoas moribundas:

1) Gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim, e não a que os outros esperavam de mim;
2) Gostaria de não ter trabalhado tanto;
3) Gostaria de ter tido a oportunidade de expressar meus sentimentos;
4) Gostaria de ter tido mais contato com meus amigos;
5) Gostaria de ter tido a coragem de me dar o direito de ser feliz.

E nós, que ainda não estamos moribundos, de que gostaríamos de não nos arrepender?